Shows podem ser sem graça. Normalmente, você tem um artista no palco, cantando músicas e tal, e então um monte de holofotes iluminando colunas de cor por meio de uma fumaça falsa. Mas algo novo vem por aí, tanto assustador quanto futurista.
Enxames de drones com inteligência artificial estão começando a aparecer em palcos ao redor do mundo. Alguns, como aqueles do último tour do Drake, são pequenas luzes voadoras que flutuam sobre o palco. Outros, como uma experiência recente do Cirque du Soleil, apresentam aeronaves mais complexas, com abajures que produziam um efeito quase fantasma. O Metallica tem até o seu próprio show de drones. De primeira, isso pode soar como apenas um artifício, mas, vendo-os ao vivo, é empolgante constatar como eles aparecem do nada, sendo difícil de entender como exatamente funcionam.
O Gizmodo recentemente se encontrou com o pessoal da Verity Studios, uma das empresas que têm liderado no seguimento de drones de entretenimento, e deu uma olhada nos bastidores da tecnologia. O fundador da companhia, Raffaello D’Andrea, também fundou a Kiva Systems, uma empresa recentemente comprada pela Amazon em 2012 que agora funciona como Amazon Robotics. Não foi difícil ver como a Verity Studios tinha alguns paralelos com os robôs autônomos que ajudam a pegar embalagens de armazéns.
Foto: Raul Marrero (Gizmodo)
Um show com drones da Verity Studios basicamente envolve criar um sistema de GPS interior que cada drone personalizado usa para encontrar sua posição própria. Antes de um show, a empresa instala satélites dentro da arena ou espaço de shows para criar uma rede à qual os drones possam se conectar. Uma vez dentro da rede, o drone sabe onde ele está no espaço, além de saber também onde os outros drones estão. Os trajetos de voo são coreografados previamente, e o operador de drone só tem que apertar um botão para começar o show.
Os drones são guardados em bandejas de carregamento que são levadas para um palco lateral, pronto para a decolagem. Então, eles voam em formação, iluminados, por cerca de quatro minutos antes de saírem de vista. A segurança é, obviamente, uma preocupação. Se um drone único falha, ele simplesmente pousa no chão logo abaixo dele. Se um satélite falha, no entanto, o resto da rede ainda funciona.
Por ora, shows com drones como esses acontecem em ambientes fechados, e os drones só voam sobre o palco. No futuro, a Verity Studios planeja acrescentar mais drones ao enxame para fazer coreografias mais complexas e também estender a ação para ambientes abertos. Existem também algumas possíveis aplicações industriais para os drones, como enviar um monte deles para um armazém para ler sensores em cargas e fazer inventário. Mas mesmo um pequeno show de drones, como uma constelação de luzes girando em torno de um rapper, é bastante incrível. Muito melhor do que holofotes, pelo menos.