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Indústria brasileira de drones se consolida e aposta em crescimento

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Desenvolvimento de soluções sob medida para o segmento profissional abre espaço em mercado dominado por importados

Drone sobrevoando planície

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Com soluções sob medida para o mercado local, fabricantes brasileiros de drones vêm conquistando competitividade em relação aos importados. Sinal disso é que, em apenas um ano, o número de empresas que produzem equipamentos, desenvolvem softwares ou prestam serviços baseados nessa tecnologia quase triplicou no Brasil.

Segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) divulgados neste mês, o Brasil tem 2.359 empresas de drones cadastradas, ante 821 há um ano, em julho de 2017. Além dos fabricantes e desenvolvedores, há companhias especializadas em dispositivos como câmeras e sensores que se integram aos equipamentos.

Com assistência técnica e atualizações de softwares mais acessíveis, feitas em menos tempo e mais baratas, os players locais se consolidam principalmente no segmento profissional, diferente do recreativo, dominado por importados, e do militar, que não exige grande customização.

O professor de Engenharia Mecânica William Kurilov, do Instituto Mauá de Tecnologia, de São Paulo, explica que as primeiras versões produzidas no Brasil eram voltadas ao uso militar, em concorrência acirrada com importados.

Há cerca de dois anos, porém, empresas de diversos segmentos começaram a utilizar drones para fins profissionais, como acompanhar obras de construção civil e energia ou monitorar lavouras. Esse uso exige características técnicas específicas, como maior autonomia de voo, determinadas funcionalidades e adequação à legislação local – e foi aí que os players nacionais encontraram uma brecha.

Atualmente, os maiores compradores no Brasil são os segmentos de agronegócios, construção e energia. O mercado de segurança ainda é relevante para os veículos aéreos não tripulados, ou vants, na terminologia oficial prevista pelos órgãos reguladores brasileiros – drone é um termo genérico para este tipo de veículo e o mais conhecido no mercado. Mas o segmento civil virou um grande filão.

Os equipamentos brasileiros passam pela aprovação da Anac antes de serem comercializados, para checagem de funcionalidade e tempo de voo necessários. A indústria também oferece treinamento e habilitação de pilotagem. Além disso, todas as aeronaves profissionais produzidas no Brasil recebem placas de identificação da agência.

No campo

De acordo com o engenheiro cartógrafo e coordenador da Droneshow, maior evento de drones do Brasil, Emerson Granemann, o agronegócio representa cerca de 40% do faturamento da indústria de vants no País.

A maior parte dos equipamentos nacionais de mapeamento aéreo e pulverização é voltada à cultura de cana-de-açúcar.

Segundo o CEO da XMobots, Giovani Amianti, isso acontece porque, devido a limitações tecnológicas, as versões desenvolvidas atualmente pela indústria não conseguem abranger fazendas com áreas muito grandes, como as de grãos. Além disso, o custo do mapeamento e pulverização para os produtores de cana é mais vantajoso em relação ao custo dos serviços para os sojicultores.

CEO da XMobots, Giovani Amiante CEO da XMobots, Giovani Amianti diz que a empresa espera faturar R$ 10 milhões este ano

 

 

 

A companhia, fundada em 2007 no polo aeronáutico de São Carlos (SP), é especializada no desenvolvimento de drones. No faturamento da XMobots, a cana-de açúcar representa atualmente cerca de 70%. O restante é proveniente de vendas para outras culturas agrícolas, como laranja e eucalipto, e para o setor de construção.

Quando a empresa começou a comercializar os equipamentos, em 2013, a indústria que mais comprava era a de construção. Só que, desde 2014, o segmento está perdendo ritmo. As grandes obras pararam e a participação do setor no faturamento da empresa, até então de cerca de 60%, caiu para 5% em 2016.

Nesse período, a companhia teve que se reinventar e o segmento que se mostrou mais receptivo para novas tecnologias foi o agronegócio. “A nossa intenção é recuperar o que foi perdido nos próximos dois anos. Para este ano, a meta é crescer 100%”, diz Amianti. A empresa espera faturar R$ 10 milhões em 2018.

A Horus, empresa de Piracicaba (SP) que comercializa drones com foco em mapeamento aéreo, também tem o setor como principal comprador. O agronegócio representa cerca de 60% de seu faturamento e o restante se divide em mineração, órgãos públicos e construção.

Segurança

Fundada em 1997, a Brasil Aircraft, de Caxias do Sul (RS), começou fabricando vants para o segmento militar e, até hoje, o setor é seu maior comprador. Segundo o fundador, Andersson Beccari, falta incentivo e políticas de apoio para que a indústria consiga atender as necessidades de todos os segmentos. Por isso, a empresa pretende manter o foco na produção para fins militares.

A Avionics Services, de São Paulo, foi criada em 1996 para fabricação de equipamentos eletrônicos para o mercado aeronáutico. Mas, de acordo com o presidente da companhia, João Batista Vernini, somente com o passar dos anos ficou claro o potencial do mercado de drones.

Atualmente, a Avionics fabrica somente um tipo de vant, comercializado para o segmento militar. Mas a intenção é aumentar a variedade de equipamentos e ampliar a atuação para diferentes setores.

Serviços

De acordo com Granemann, da Droneshow, a indústria nacional está se diversificando. “Na última edição, em 2017, tivemos 52 empresas expositoras que representavam 90 marcas, contando toda a cadeia produtiva, que envolve sensores, tecnologia, softwares de processamento e pós-processamento”, diz.

A Arpac é um exemplo de empresa que presta serviços com drones. Sediada em São Leopoldo (RS), a companhia faz pulverização de lavouras e atua principalmente no segmento de cana-de-açúcar. Em 2017, eles participaram de um programa de aceleração de negócios da Basf.

Segundo o diretor da empresa, Eduardo Goerl, a aproximação com a multinacional teve um papel determinante para a consolidação da Arpac. “Com o apoio dela [Basf], temos acesso a grande parte do mercado. Ela nos apresentou a maior parte dos nossos clientes”, diz.

Embora algumas empresas estejam crescendo com a prestação de serviços com drones, outras ainda aguardam uma melhora do cenário econômico no País para ganhar mercado. A Space Airships, por exemplo, está há cerca de um ano e meio sem clientes.

A companhia, fundada na Barra da Tijuca (RJ) em 1997, presta serviços de monitoramento aéreo. Tinha como principais clientes empresas com obras de extensão longitudinal, como estradas, gasodutos e linhas de alta tensão – um mercado que, segundo o diretor e fundador da empresa, Flávio Kauffmann, começou a ficar ruim em 2014. Mas ele avalia que a situação é temporária e que, logo, a empresa deve voltar a crescer.

Para o professor Kurilov, do Instituto Mauá, não só o setor de construção deve voltar a ser promissor para a indústria de drones, mas todo o mercado comercial deve, cada vez mais, entender melhor a importância da tecnologia.

“Os drones estão substituindo pessoas em trabalhos perigosos e estão gerando mais precisão na coleta de dados. O Brasil está acertando muito na aplicação da tecnologia e a tendência é continuar assim”, avalia o especialista.

Fonte: https://www.dci.com.br/industria/industria-brasileira-de-drones-se-consolida-e-aposta-em-crescimento-1.723387

Fotogrametria com Drones

By | NOTÍCIAS, Agronegócio, Topografia | No Comments

A fotogrametria é uma ciência relacionada a transformação de imagens em modelos 2D e 3D, nascida na França (1849), hoje a fotogrametria não pode ser relacionada apenas com mapeamento aéreo(realizada com balões, aviões, helicópteros, drones, vants, até pombos já foram utilizados), pois também tem seu espaço em aplicações com câmeras terrestres, operadas manualmente ou em cima de hovers e até mesmo barcos.

Uma das principais aplicações da fotogrametria é a confecção de mapas, ligados a um sistema de coordenadas conhecido (planar ou geográfica), torna-se possível a extração de diversas informações úteis(medidas de áreas / classificações de uso do solo/ marcos geográficos / legalização de propriedades) em várias áreas do conhecimento humano, com destaque para agronomia, algumas engenharias e ciências relacionadas a Terra em geral. Além da confecção de bases cartográficas, a fotogrametria é útil para geração de modelos digitais de superfície e terreno (MDS/MDT – DSM/DTM) e também modelos 3D de edificações e objetos diversos.

Um exemplo pouco convencional de uso da fotogrametria seria a utilização para impressão de “avatar” de pessoas em uma impressora 3D, nesse caso, o sujeito tem suas fotos tomadas por um conjunto de câmeras ao redor do mesmo, então realiza-se o processamento dessas fotos e a impressão do avatar(bonequinho) da pessoa em qualquer tamanho desejado.

No início eram utilizadas câmeras analógicas e restituidores, que deram lugar as câmeras digitais e restituidores também digitais, os aviões estão sendo rapidamente substituídos por drones para a realização dessa tarefa, devido ao custo por hora ser bem menor.

A fotogrametria com drones, nada mais é do que utilizar aeronaves não tripuladas remotamente controladas para levar a câmera ou sensor que estará adquirindo dados do objeto de interesse, seja de um terreno para a confecção de um mapa ou verificação de áreas de ocupação irregulares, uma estátua para geração de um modelo 3D, uma plantação para aquisição de dados relacionados a plantação, etc.

Como a Fotogrametria com Drones é Realizada

A fotogrametria com drones passa por 3 passos: planejamento, execução do voo e processamento dos Dados.

Planejamento do Voo: De acordo com condições ambientais e de especificação do cliente, você vai definir a área a ser imageada(polígono de interesse), altura, velocidade, sobreposição e configurações de câmera, o grid(conjunto de waypoints que resultam no padrão de voo específico a ser realizado na área de interesse) o software vai montar.

Execução do Voo: Após rigoroso checklist de riscos do ambiente e equipamento, o voo é executado e as imagens são tomadas, dependendo do equipamento utilizado todo o processo é autônomo, bastando 3 cliques para que o drone decole, execute a missão e pouso sozinho no local designado pelo piloto em comando.

Processamento dos Dados: Após a coleta das imagens, que podem também ser chamadas de dados brutos, é realizado o processamento de acordo com o objetivo daquele voo (ortomosaico georreferenciado / modelo digital de superfície / modelo digital de terreno / nuvem de pontos / imagens sem distorção para aplicações estereoscópicas / nuvem de pontos densa / modelo 3D).